

A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico. Está relacionado a um estado de estresse e esgotamento provocados por uma situação de trabalho desgastante. Foi descrita pela primeira vez em 1974 pelo médico americano Freudenberger. Está presente na vida de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros, segundo dados do levantamento realizado pela International Stress Management Association.
Ela acontece em situações onde a pressão, o estresse e a exaustão no ambiente de trabalho se tornam rotina, mas não trazem o resultado esperado. E diferente das situações habituais de estresse, onde a pessoa é impulsionada a agir, na síndrome, ela desiste e passa a se ausentar, pois seus esforços foram em vão e o sentimento de inaptidão e incapacidade entram em ação, contribuindo para que o profissional se distancie do seu trabalho.
Um fator muito significativo no desenvolvimento do Burnout é o comprometimento profissional, ou seja, o quanto é importante fazer um bom trabalho. Isso significa que a pessoa não necessariamente tem uma carga de trabalho excessiva, mas busca a perfeição em tudo que faz e por consequência, se autopressiona.
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Os principais sintomas
Alguns dos principais sintomas são o humor deprimido, desesperança, baixa autoestima, pessimismo, frustração, insatisfação, irritabilidade, desconcentração e cansaço mental. Além dos sintomas físicos, como dores de cabeça, enxaqueca, cansaço, dores pelo corpo, insônia, distúrbios gastrointestinais entre outras manifestações que podem estar associadas.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a docência é uma das mais estressantes e com altos riscos de levar a Síndrome de Burnout. Não à toa ela é chamada de “Síndrome da Desistência do Educador”. Além disso, um artigo publicado na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade De São Paulo apontou que 1 terço dos professores universitários entrevistados apresentavam sintomas compatíveis com a síndrome de Burnout.
Síndrome da Desistência do Educador
A principal causa é o excesso de trabalho, mas não é a única. Segundo o médico que a descreveu, ela normalmente se manifesta em profissionais cujo a atuação está diretamente ligada ao envolvimento interpessoal direto entre pessoas. Esse é exatamente o caso dos docentes de ensino superior.
É esperado que o docente de ensino superior tenha um grande domínio do conteúdo das disciplinas, sempre busque se atualizar, tenha diferentes metodologias, prepare aulas e tenha horas disponíveis para atividades administrativas e de pesquisa e extensão. Isso sem contar as tensões no ambiente de trabalho devido à competitividade e pressão por resultados.
Ainda com todas essas exigências, o exercício do magistério pode trazer muita satisfação e realização pessoal por estar contribuindo diretamente para a formação de pessoas. No entanto, pode acarretar também em uma crise quando o trabalho esperado é oposto ao trabalho realizado.
É preciso desprender muita energia na relação aluno-professor, e muitas vezes, apesar de toda a sua disposição, o profissional percebe que seu trabalho não é devidamente valorizado. E dessa forma, em um mecanismo de defesa, ele acaba escolhendo inconscientemente não se relacionar mais afetivamente com o seu trabalho, afetando não só o profissional, como aos alunos e a instituição envolvida.
Tempos de isolamento social
Principalmente em tempos de isolamento social, onde as salas de aula se transformaram em vídeo-chamadas, o professor disputa a atenção com diversos distratores e as demandas do trabalho podem facilmente se misturar com os cuidados com a casa e os filhos, por exemplo. Ademais, o profissional ainda precisa se adequar e aprender como lidar com as novas ferramentas digitais, muitas vezes com pouca ou nenhuma ajuda.
Como foi o caso do professor no México que teve um momento de sua aula viralizado. Após a conexão cair algumas vezes e apresentar falhas técnicas, o docente, muito triste e exausto, pediu para que os alunos avaliassem a sua aula sinceramente. Para sua surpresa, os jovens o parabenizaram e o encorajaram mesmo após os contratempos. Emocionado, ele agradeceu aos alunos,”muito obrigado, estou quase chorando”.
O vídeo chama atenção para as dificuldades extras que esses profissionais enfrentam nesse momento de isolamento social. Assim como o professor do vídeo, muitos tiveram que se reinventar e estão passando pelas mesmas adversidades. As cobranças aumentaram, inclusive as auto cobranças, as dificuldades técnicas também e tudo isso reflete diretamente na qualidade de vida. Por isso, o cuidado nesse momento com a saúde mental dos docentes universitários é essencial.
O melhor cuidado é a prevenção
Para isso, é preciso se atentar aos primeiros sinais para entender quando as coisas não vão bem e conseguir tomar uma atitude. O desenvolvimento do Síndrome de Burnout pode ser prevenido com mudanças de hábitos simples e adotando estratégias que ajudam na gestão do estresse e na forma como o trabalho é percebido.
Nós separamos então algumas dicas de como estabelecer hábitos mais saudáveis a fim de ajudar a evitar o desenvolvimento dessa síndrome.
- Tenha pequenos objetivos na sua vida pessoal e profissional.
- Procure estabelecer um equilíbrio entre trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.
- Procure ter momentos de lazer com pessoas queridas, sejam elas familiares ou amigos; mesmo que seja apenas uma videochamada.
- Descanse adequadamente. Para a maioria das pessoa, o recomendado é entre 7 e 9 horas por dia.
- Tenha uma rotina de atividades físicas. Não importa qual a modalidade; o importante é estar em movimento.
- Saia um pouco da rotina, coma um prato diferente. Tenha criatividade e faço algo diferente.
- Converse com alguém de confiança sobre os desafios emocionais atuais.
- Não se automedique.
- Não hesite em procurar ajuda especializada.
O esgotamento profissional interfere não só na saúde do profissional, mas em todo a qualidade do trabalho exercido, no aprendizado dos alunos e no serviços prestado pela instituição de ensino. Por isso, o ideal é que tanto o profissional, quanto a equipe pedagógica, trabalhem em parceria para que todos tenham bons resultados nessa relação, sem cruzar sobrecarregar nenhum dos lados.
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Concluindo
Em suma, muitas vezes os profissionais do ensino estão tão presos à rotinas e obrigações que é difícil perceber quando as coisas andam mal e quando dão por si, já estão completamente esgotados. Por isso, é tão importante se reconectar emocionalmente consigo mesmo, estabelecer limites, buscar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e sempre ter bastante atenção aos sinais que o corpo e a mente dão.
E lembre-se, o diagnóstico da Síndrome de Burnout só pode ser realizado por especialistas como psicólogos e psiquiatras após análise clínica detalhada do paciente. Eles são os profissionais que poderão orientar a melhor forma do tratamento, caso a caso. Se você se identificou, não hesite, busque ajuda.